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Gabriel Horsth

coord. de comunicação

Festival Teatro das Oprimidas celebra a resistência e multiplicação criativa do teatro feminista de Bárbara Santos

A comemoração marca o lançamento da 10º edição da revista METAXIS, publicação do CTO.

Data

Março é um mês de luta e resistência para as mulheres de todo o mundo. É nele que acontece o dia internacional das mulheres (8 de março), data fundamental para cobrar igualdade, direitos e luta contra o machismo e patriarcado. Em março também se celebra o Dia Internacional do Teatro do Oprimido. Para reafirmar os avanços dessa metodologia teatral sistematizada no Brasil, o Centro de Teatro do Oprimido – CTO, realiza o Festival Teatro das Oprimidas nos dias 16 e 17 de março, na sede da instituição, no Corredor Cultural da Lapa, bairro de arte, cultura e resistência do Rio de Janeiro, com apresentações de peças e performances que discutem temáticas como gênero, raça, diversidade, migração, meio ambiente e território. Na ocasião do festival será lançada a décima edição da revista METAXIS, que apresenta a importante contribuição que o Teatro das Oprimidas têm gerado através das Estéticas Feministas da diretora, atriz e escritora Bárbara Santos. A programação conta ainda com o lançamento de um documentário, uma exposição artística, além da participação de grupos teatrais da instituição e núcleos de Teatro das Oprimidas criados ao longo do projeto.

METAXIS 10: edição extraordinária

A nova edição da revista METAXIS, publicação feita pelo CTO dedicada às expressões artísticas de projetos socioculturais realizados pelo centro cultural, ganha destaque no festival. A edição especial celebra o projeto Teatro das Oprimidas que circulou nos municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Macaé, Maricá, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Magé e Guapimirim – cidades que compõem o recôncavo da Baía de Guanabara -, Campos de Goytacazes, além da capital, Rio de Janeiro. As ações do projeto extrapolaram o território fluminense e as fronteiras do país alçando ações presenciais no Peru até desembarcar no continente africano, em Guiné-Bissau. A Metaxis 10 conta com textos e artigos reflexivos de participantes do projeto. Relatos sobre os atravessamentos causados pela violência das chacinas e genocídios cometidos pelo Estado no decorrer de 2021 a 2023 e as tragédias ambientais já previstas em cada verão são abordadas nos textos das multiplicadoras e moradoras das favelas de São Gonçalo, Rio e Niterói. Um caderno sobre Teatro das Oprimidas e masculinidades com artigos escritos pelos homens do projeto, além de um caderno dedicado às ações artísticas LGBTQIA+ do projeto. Os desafios enfrentados e as alternativas encontradas diante de como fazer teatro virtual no período pandêmico também ganham destaque nesta edição da revista.

Além de sistematizadora e criadora da metodologia Teatro das Oprimidas, Bárbara Santos é também editora da revista Metaxis. A publicação é um periódico do Centro de Teatro do Oprimido dedicado a reflexões, avanços e pesquisas sobre o Teatro do Oprimido e Teatro das Oprimidas.

Apresentações artísticas: oprimidas em cena

Marcado por uma diversidade temática grandiosa, o festival conta com performances e peças teatrais que rompem com a barreira entre o palco e plateia, promovendo diálogos cidadãos para a visibilidade de temas que são essenciais para sociedade. O Teatro-Fórum, técnica mais conhecida no universo do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas, faz parte da programação com o espetáculo “Gêneres”. Com direção de Bárbara Santos, o espetáculo debate como a persistência na utilização de um conceito de gênero com estrutura binária pode afetar avanços sociais e promover a intolerância e a violência na convivência cotidiana.

Foto: Luis Gomes

Teatro Legislativo Feminista: construindo leis feministas

O Teatro Legislativo Feminista é um desdobramento do Teatro-Fórum, sendo assim, no Fórum as pessoas se permitem atuar como espect-ator-atriz, desenvolvendo na prática seus desejos e ensaiando alternativas frente às injustiças, e o Teatro Legislativo Feminista permite que a sociedade apresente seu desejo e transforme-o em lei por intermédio de um processo coletivizado com perspectivas feministas e negras. Para tal, o núcleo de Teatro das Oprimidas Marincanto, do município de Maricá, apresenta a peça “Até Quando”, que discute a formação da sociedade patriarcal com o reforço de estereótipos de gênero, que se constroem desde a infância até os recorrentes casos de violência que estes padrões acarretam.  Retrata-se as diversas faces da violência contra mulher, a partir da história de um casal e sua filha e todo o desenvolvimento da opressão que culmina no caso de abuso infantil e o silenciamento da sociedade frente a esses casos. Ao final da peça, o público será convidado a entrar em cena na busca de alternativas de enfrentamento à temática apresentada, além de construir propostas de leis que visem combater essa realidade.

Exposição artística: a história da revolução

A exposição artística narra a história do projeto Teatro das Oprimidas através de textos, fotos, poesias e audiovisuais produzidos ao longo de dois anos. O festival tem patrocínio da Petrobras e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

SERVIÇO:

16 de março
11h às 21h

Exposição artística
Performance artística “Isso não é bla bla bla” do Grupo Ponto Chic
Peça de Teatro Legislativo Feminista “Até quando?” do Núcleo Marincanto
Performance artística “A Baía é de quem?” do Núcleo Baía de Guanabara
Peça de Teatro-Fórum “Brasil, um país acolhedor?” do Coletivo Magdas Migram
Performance artística “Abordagem” do Núcleo Viradouro
Espetáculo de Teatro-Fórum “Gêneres” da Cia CTO

17 de março
19h às 03h20

Exposição artística
Performance “180 neles!” da Ocupação Artística do Viradouro
Apresentação da revista METAXIS – Teatro das Oprimidas com Bárbara Santos
Documentário Teatro das Oprimidas
Distribuição da revista METAXIS  – Teatro das Oprimidas
Show musical com Luciane Dom e Moça Prosa

Local: Centro de Teatro do Oprimido
Endereço: Av. Mem de Sá, 31 – Lapa, RJ

FICHA TÉCNICA 

Núcleo Marincanto – Até Quando?

Direção: Monique Rodrigues e Marcelo Heleno Dantas
Elenco: Rosa dos Anjos, Débora Monteiro, Dayse Laurindo, Ranielly Monteiro, Fernanda Lyrio,Ana Guimarães e Rosane Réde

Cia CTO – Gêneres

Direção: Bárbara Santos
Elenco: Monique Rodrigues, Cachalote Mattos, Nlaisa Luciano Gaspar Mesquita, Marcelo Vitor, Manu Marinho, Emanuelle Rosa, Raquel Dias, Maiara Mendonça, Gabriel Horsth, Eloanah Gentil, Cláudia Simone, Alessandro Conceição, Dominique Di Calafrio e Claudia Natalia Giraldo González

Núcleo Baía de Guanabara – A Baía é de quem?

Direção: Helen Sarapeck e Cachalote Mattos
Elenco: Andressa Dutra, Carlos Alberto Bena, Carla Lubanco, Cristiane de Cássia, Denise Couto, Frankmar Silva, Gabrielle Araújo, Jacqueline Corrêa, João Marcos Silva, Haroldo Corrêa, Isabel Silva, Luciana Antunes, Lucimar Machado, Luís Parucker, Maria Morena, Marcela Gaspar, Mirtha Dandara, Pedro Santos e Wilson Rodrigues

Grupo Ponto Chic – Isso não é blá, blá, blá

Direção: Eloanah Gentil e Maiara Carvalho
Elenco: Raquel Dias, Layza Carvalho, Beatriz Mendes, Maiara Carvalho, Amanda Moraes, Aline Oliveira e Kethelen Oliveira.

Núcleo Viradouro – Abordagem

Direção: Eloanah Gentil e Marcelo Heleno Dantas
Elenco: 
Alex Oliveira Silva de Souza, Guilherme da Silva, Gustavo Rezende da Silva, João Vitor da Silva Santos, Kaianny Matos de Melo Alves, Maria Eduarda Rezenda da Silva, Pamela Gentil Santos da Silva, Rihanna Silva da Conceição e Vitor Hugo da Silva Santos.

Coletivo Magdas Migram – Brasil, um país acolhedor?

Direção: Claudia Natalia Giraldo González
Elenco:
Claudia Natalia Giraldo González, Vivian Condori Penaloza, Iréri Ceja Cárdenas, Luz Angela Rojas, Claudia Martinez, Karla Patricia Olmos Pérez e Romina Celsa Celona.

OCA Viradouro – 180 neles!

Direção: Eloanah Gentil
Elenco: Eloanah Gentil, Priscila Rezende, Natasch Carvalho, Aline Conceição e Ana Paula.

Foto: Luis Gomes

SOBRE O PROJETO TEATRO DAS OPRIMIDAS

Coordenado por Maiara Carvalho, o projeto estimula a formação de pessoas  multiplicadoras da metodologia teatral sistematizada por Bárbara Santos em diferentes municípios como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, São Gonçalo, Niterói, Itaboraí, Campos de Goytacazes e Macaé, a maioria no entorno da Baía de Guanabara, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A atuação ampliou o raio de atuação dos grupos teatrais ligados ao Centro de Teatro do Oprimido, realizando oficinas e laboratórios temáticos sobre gênero, raça e diversidade que produziram espetáculos, cenas e performances mobilizando alternativas transformadoras em espaços populares e institucionais através das Estéticas Feministas do Teatro das Oprimidas.

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