No último dia 20 de junho, uma noite de quinta-feira, o palco do Teatro Popular de Niterói testemunhou um momento de celebração e reconhecimento. O Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna foi agraciado com o Diploma Nicette Bruno de Cultura, um prêmio que celebra sua trajetória e ações realizadas ao longo de quase 27 anos em prol de uma saúde mental mais humanizada, por meio do Teatro do Oprimido.
O Diploma Nicette Bruno de Cultura
Concedido e idealizado pela Comissão de Cultura, Comunicação e Patrimônio Histórico da Câmara Municipal de Niterói, o Diploma Nicette Bruno de Cultura é um reconhecimento público da importância e relevância das diversas atividades artísticas e culturais promovidas por grupos, coletivos, agentes culturais, pessoas físicas e jurídicas que atuam na área cultural do Município de Niterói.
Uma caminhada de 27 anos
Para o Pirei na Cenna, receber este reconhecimento público reforça a crença na validade de uma caminhada iniciada em 1997, no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba, sob a liderança da curinga e diretora artística Claudia Simone Santos Oliveira. São 27 anos de lutas, de surtos cênicos, de delírios artísticos e alucinações estéticas, buscando o direito de exercer a loucura de forma digna, respeitosa e cidadã. São 27 anos de luta antimanicomial, promovendo uma sociedade sem manicômios, um tratamento mais humanizado na saúde mental e defendendo a premissa do “cuidar sim, excluir não”.
Parafraseando Augusto Boal
Como dizia Augusto Boal: “Se artista pode ficar maluco; maluco pode virar artista”. E é através da arte, da Estética do Teatro do Oprimido, que o Grupo Pirei na Cenna existe, resiste e insiste em seguir por um mundo onde se possa exercer o direito à loucura sem estigmas e exclusões.
Gente que fez e faz história
O Pirei na Cenna é composto por pessoas que deixaram suas marcas. Alguns partiram, outros seguiram novos caminhos, e muitos continuam firmes na jornada. Claudia Simone Santos Oliveira, que iniciou sua trajetória em psicopedagogia no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba em 1997, é uma figura central na história do grupo. Sérgio Lima, presente desde 1997, segue firme. Lúcia Aparecida, Wanderson Pacheco, Venâncio Fernandes, Mônica Medaglia, Eloana Gentil e tantos outros colaboraram e continuarão a colaborar na busca por um mundo menos lúcido.